sexta-feira, 6 de março de 2009

Ana Queiroz

OS DOIS CARAS DE CAVALO
por Ana Queiroz

As minhas pernas assemelhavam-se, fustigadas e pesadas, quase em papa, às dos cavalos que corriam à minha frente. Eram os segundos invasores em pouco tempo, admitindo que me falaram de coisas reais e que estive longe de línguas fantasiosas, errantes, etc, etc, daquelas espalhadas pelos cantos escuros da Cidade, onde normalmente parava... Mas esta parte não me interessa assim tanto; ou melhor, tento perceber agora o que me interessa e o que vou pôr de parte (1- não me posso esquecer do nevoeiro)... Vou começar de novo. A tremura que sentia no corpo era parecida com a dos cavalos que chegavam mas só podia justapô-las com razão se os animais fossem mais velhos ou se estivessem tão cansados como eu. Por algum motivo, olhava mais para os cavalos que para as silhuetas que os montavam; e eram muitos, apesar de parecidos, e de um conjunto de massas muito juntas, eram às centenas.

Este conto continua na edição impressa do número 28 da Revista 365.

Ana Queiroz tem 21 anos, frequenta o último ano do curso de Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema. Foi seleccionada entre os Jovens Criadores de 2008 na categoria de Literatura e, no futuro, deseja trabalhar nessa área, bem como na de Cinema.

Sem comentários: